A vida, aqui neste mundo
É tão minha, quanto a tia Sarah
Em um antigo álbum de figurinhas
Por mais eu a quisesse
Jamais pude achá la
Assim a vida caminha
Aquilo que hoje não tem
Amanhã não há diferença
Se tinha ou não tinha
O ponteiro do relógio na parede
Mente
E mente mesmo quando
Não diz nada
Cada hora vivida é uma ilusão
Que a gente a pensa vivida
Mera imagem de espelho
Que a mente projeta
Essa gente, meramente abjeta
Moldura iludida, que longe se vê
A pintura, a caravana e o deserto
Se olhar a areia mais de perto
No reflexo, um Oceano de Estrelas
Convexo e cediço, cujo olhar carrega
Em sua esteira
A vida verdadeira
Inteiramente não passa
Mera entrega pra um mundo de sonhos,
Mesmo a quem
Se nega a vê la assim e perceber
O feitiço do tempo
Eternamente irritadiço,
E que também não vê
A menor graça em tudo isso.
Edson Ricardo Paiva.