Por Um triz
A próxima vez que me esboçar um abraço
Não seremos mais números primos
Nem pares, nem ímpares
Vai que
Um sopro de vento norte te toma o lápis e
E pelos meus cálculos nada exatos,
Perderemos as contas
Por um triz
Seremos dízimas,
Infinitas e breves
Seremos números ímãs
É bom não ter medo do campo magnético
Vai que pra variar,
Distraídos, esqueçamos de desviar os olhares
Esqueçamos de calcular o passado, de medir o futuro
E da soma
Seremos um só beijo
Inteiro e indivisível!
Por um triz
Ou simplesmente deixemos os números de lado
E escrevamos poesias
Sem medidas, nem regras
Sem métrica alguma,
Apenas absurdas e reais!
Mesmo que infinitas e breves como todas elas
Como todos os encontros não marcados
Que fazem os esboços valerem a pena
E torna os versos inevitáveis
Por um triz