[ ] Para que queres tu mais alguns instantes de vida Para devorar e seres devorado depois Não estás farto do espetáculo e da luta Conheces de sobejo tudo o que eu te deparei menos torpe ou menos aflitivo: o alvor do dia, a melancolia da tarde, a quietação da noite, os aspectos da Terra, o sono, enfim, o maior benefício das minhas mãos.
Que mais queres tu, sublime idiota
Viver somente, não te peço mais nada.
Quem me pôs no coração este amor da vida, senão tu e, se eu amo a vida, por que te hás de golpear a ti mesma, matando me
Porque já não preciso de ti.
Não importa ao tempo o minuto que passa, mas o minuto que vem.
O minuto que vem é forte, jucundo, supõe trazer em si a eternidade, e traz a morte, e perece como o outro, mas o tempo subsiste.
Egoísmo, dizes tu Sim, egoísmo, não tenho outra lei.
Egoísmo, conservação.
A onça mata o novilho porque o raciocínio da onça é que ela deve viver, e se o novilho é tenro tanto melhor: eis o estatuto universal.
Sobe e olha.