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Bento Qasual

FELIZ CARPINEJAR
Feliz aniversário!
Dia dezessete de julho, minha vontade de comemorar era exatamente nula, zero e nada mais.
A negativa de comemorar o que não era para ser comemorado, afinal um ano a menos para se fazer tantas coisas, já era uma coisa comum dentro de minha mente, o difícil era só explicar aos parentes e amigos, pois minha vida parece sempre tão mais atraente aos olhos alheios.
O “Feliz Aniversário” já não é mais um desejo, é mais um cumprimento, uma força de expressão.
Aniversários não são felizes, é o aviso de chegada dos cabelos brancos, das rugas, das responsabilidades e cobranças por empregos, compromissos, família e etc.
Etc.
Etc.
Em um desses dias dezessete de julho recebo de presente um livro desconhecido, atraente.
Pelo tamanho já pensei que poderia lê lo em poucos dias.
Porém quando vi o titulo me senti ofendido.
Como pode essa insinuação tão mesquinha, deprimente, tão comum talvez.
Uma rebeldia disfarçada com um toque de originalidade admito, afinal era a primeira vez que era ofendido através de um livro, mas mesmo assim só gosto de joguinho no flerte, fora isso insinuações são desnecessárias.
Ou diga logo o que pretende ou cale se, insinuar é covarde.
O livro que eu recebi de presente foi o “Canalha! ” de Fabrício Carpinejar.
Se fora a dona do presente, ficou o presente.
Amei o livro, já li três vezes.
Não me arrependi pelo prejulgamento porque acredito que nem a dona do presente conhecia seu conteúdo.
Pensei em devolver o presente com “Mulher Perdigueira”, do mesmo autor, mas ela não merece tanto.
Bento.