Empeçou a vida com trauma
Difícil lida prum taura
Vir ao mundo, corcovear!
Trancado, tive que ajudar
E dali, já me apeguei
Potro lindaço, de pelo tordilho
Esse, ainda encilho! jamais desanimei
Demorou pra levantar,
Achei que não vingava
Mesmo assim, já planejava
Meus trastes te regalar;
Na racional vou te ensinar
Desta vez, queixo não quebro!
O último potro, e encerro;
Minha vida de encilhar.
Na mamadeira te ajudei
Qual um cusco te criei,
E agora me carregas.
Garboso, amassando macegas;
De esporas nem teve notícia
Aposentei até o mango!
Troca orelhas, e vou ditando
O caminho que desejo
Até parece que compreendes
Meu tordilho companheiro,
Um dia saio sem freio
Pra testar tua obediência
Na última volta a querência
Será, o dia da partida;
Tu sem tuas rédeas,
E eu com meu pranto.
Será, o derradeiro campo santo!
O destino desta lida.