“Todas as cartas de amor que hoje repousam em alguma gaveta velha e as que não foram nem escritas pelo medo da resposta.
As rasgadas, queimadas, manchadas de água dos olhos ou caneta ruim.
Todos os sentimentos ridículos que só são ridículos pelo tamanho da verdade, pela vontade de dizer sem motivo e mil vezes.
Todas as ressacas desnecessárias das noites vazias, que seriam tão facilmente evitadas, que por pouco não são preenchidas de romance e música.
Todas as palavras certas da pessoa errada e todas as pessoas erradas que insistem em tentar me fazer feliz quando são incapazes por natureza.
Os risos forçados que geram lágrimas no travesseiro, as danças vazias que geram um vazio ainda maior.
Os finais de semana que doem o resto dos dias.
A mentira que preenche de ar o que devia ser companhia.”