Há alguns dias reencontrei um grande amor.
Fui pego no laço, não estava esperando esse choque frontal.
Relação de longa data, mas de consistência duvidosa que, como as ondas do mar se embolam, entre idas e vindas se enchem e deságuam deixando lembranças cravadas na areia da praia.
Sabe aquele que te rouba o ar e lhe coloca no peito uma bomba relógio Que lhe deixa um pano úmido nas mãos e percorre um seco dos lábios ao fundo da garganta Pois é, um desses.
Amor modesto, secreto, mas ainda assim meu ponto fraco.
Quando nos vimos o tempo explodiu misturando no espaço o passado e o presente.
E naquela euforia angustiante, com a voz engasgada, apoiado num caco de tempo que pude encontrar, me indaguei: “declarar meu amor reprimido ou esperar que uma onda embolada me crave na areia da praia ”.