Mordomia de Deus
Um casal de pássaros a sobrevoar
A tarde feita com o vai e vem das ondas
O mar espelhado pela intensidade do sol
Limites do espelho do mar!
Um senhor a caminhar
Com pés descalços, pela extensão, ao lado deste tapete a brilhar
Que faço questão de também resguardar
A mordomia de ver poesia a qualquer piscar
Daquele lado a certeza que a alma a água lavará
Do verde a que me refiro estão os morros e ilhas
No alcance dos meus dedos
Se um olho fechar
Com chamados de que há outra existência
A mordomia se estende pelo pensar
Pela consciência, por vezes,
Vem revelar
A cada espuma que se aproxima
Recordo da cabocla que me trouxe pra cá
Olhos negros e brilhosos
Junto a um coração que só vejo se fortificar
Coração este, capaz de me libertar
Por tamanhas mordomias
Precisei, eu, labutar
Noites e dias
Por tantas provas me fiz passar
Danado deu! Será
Merecedor eu
Quem está a me observar
O casal de pássaros a pescar!
O sol que ilumina este tracejar!
Ou o vai e vem das espumas
Deste tapete que o mar