Sentiu alegria no primeiro dia de escola,
entrou no portão com as grades abertas,
correu destemido atrás de uma bola
cheia de um ar de aversões encobertas
As outras crianças olharam lhe a cor,
olharam lhe os pais com a tal rejeição
que entorna por dia oceanos de dor
e o fez encostar sozinho ao portão
Sentiu se confuso, procurou os defeitos
que tinha no corpo, nos pais e na pele,
não viu mal algum a não ser preconceitos
criados por muitos e ali para ele
E a pura alegria desfez se em tristeza,
ouviu impropérios com a alma oprimida,
sentiu no momento abalar lhe a beleza,
que em tantas crianças marcou uma vida.