CARTAS DO PASSADO
(03.03.2019)
Passo em frente ao mar,
E me vejo a imaginar
Com todas as minhas forças,
A leveza de uma linda mulher.
E como antes havia contemplado,
Seus olhos lagrimejados,
Por um amor que deixou,
Nesta vida, pra sempre perdida.
Uma noite qualquer,
Sentia suas belas mãos,
Os lábios rodados de batom,
Vestindo um vestido azul marinho.
Voltei para casa,
Tentando esquecer,
Mas não era possível,
Pois me prendia nela.
Os cabelos longos e pretos,
Vivos estavam, porém,
Não comigo como gostaria,
E sim, livres em outro lugar.
Sentir me só em pensamento
Querendo compreender a vida!
Sem sentido algum, o coração acelerado,
Estava descompassado.
Não havia ar.
Abandonei tudo o que tinha
Acreditando nos versos de Mocidade,
Contudo, enlouquecer era minha poesia,
Já que em mim, não percebias o sentir.
E nas cartas, eu deixei no passado!
Com a história escrita para legado,
A punho e muita decepção,
Neste mundo de tantos "nãos".
O seu nome completa é parte da existência!
Liberdade escondida nas redondezas,
De um bem querer aprisionado,
Pelo tempo, a qual me fez desaparecer.
Nada volta a ser como antes,
Nem amada e amante,
Pude experimentar
Então, me entrego ao amanhã.
Se me banhar nas águas,
Ao menos posso ser purificado,
Do medo de não ganhar espaço,
Ao sincero e verdadeiro ato de amar.