O Buda estava um dia no jardim de Anathapindika, na cidade de Jetavana, quando lhe apareceu um Deva (espírito da natureza) em figura de brâmane e vestido de hábitos brancos como a neve, e entre ambos se estabeleceu o seguinte "duelo":
O Deva: Qual é a espada mais cortante
Ao que Buda respondeu:
A palavra raivosa é a espada mais cortante.
Qual é o maior veneno
A inveja é o mais mortal veneno.
Qual é o fogo mais ardente
A luxúria.
Qual é a noite mais escura
A ignorância.
Quem obtém a maior recompensa
Quem dá sem desejo de receber é quem mais ganha.
Quem sofre a maior perda
Quem recebe de outro sem devolver nada é o que mais perde.
Qual é a armadura mais impenetrável
A paciência.
Qual é a melhor arma
A sabedoria.
Qual é o ladrão mais perigoso
Um mau pensamento é o ladrão mais perigoso.
Qual o tesouro mais precioso
A virtude.
Quem recusa o melhor que lhe é oferecido neste mundo
Recusa o melhor que se lhe oferece quem aspira à imortalidade.
O que atrai
O bem atrai.
O que repugna
O mal repugna.
Qual é a dor mais terrível
A má conduta.
Qual é a maior felicidade
A libertação.
O que ocasiona a ruína no mundo
A ignorância.
O que destrói a amizade
A inveja e o egoísmo.
Qual é a febre mais aguda
O ódio.
Qual é o melhor médico
O Buda.
O Deva então faz sua última pergunta: O que é que o fogo não queima, nem a ferrugem consome, nem o vento abate e é capaz de reconstruir o mundo inteiro
Buda respondeu:
O benefício das boas ações.
Satisfeito com as respostas, o Deva, com as mãos juntas, se inclinou respeitosamente ante Buda e desapareceu.
(Martin Claret)
(As Mais Belas Histórias Budistas)