As Máscaras
O teu beijo é tão doce, Arlequim
O teu sonho é tão manso, Pierrô
Pudesse eu repartir me
encontrar minha calma
dando a Arlequim meu corpo
e a Pierrô, minha alma!
Quando tenho Arlequim,
quero Pierrô tristonho,
pois um dá me prazer,
o outro dá me o sonho!
Nessa duplicidade o amor todo se encerra:
Um me fala do céu outro fala da terra!
Eu amo, porque amar é variar
e, em verdade, toda razão do amor
está na variedade
Penso que morreria o desejo da gente
se Arlequim e Pierrô fossem um ser somente.
Porque a história do amor
só pode se escrever assim:
Um sonho de Pierrô
E um beijo de Arlequim!