Há na vida momentos privilegiados em que parece que o Universo se ilumina, que a nossa vida nos revela sua significação, que queremos o destino mesmo que nos coube
como se nós mesmos o tivéssemos escolhido; depois o Universo volta a fechar se, tornamo nos novamente solitários e miseráveis, já não caminhamos senão tateando num caminho obscuro onde tudo se torna obstáculo aos nossos passos.
A sabedoria consiste em salvaguardar a lembrança desses momentos fugidios, em saber fazê los reviver e fazer deles a trama da nossa existência cotidiana e, por assim dizer, a morada habitual do nosso
espírito.