Todos os poemas de domingo
Creio que não há frieza que resista aos apelos impetuosos que não sei de onde vem de um domingo.
O organismo, mais uma vez não se esquiva do religioso balanço emocional que esse dia me faz padecer.
Já quis me repreender, por ter rotineiramente uma mente tão lancinante nesse primeiro dia da semana, por achar que no lugar de todas essas nuvens que acinzentam a paisagem, deveria haver um Sol que cegasse a visão da alma para o que ela enxerga ao seu redor.
Não! A verdade é: aquele que vai contra a força da Natureza e reluta por aceitar os moldes que Ela própria estabeleceu, desperdiça valiosa oportunidade de evolução.
Mas que também aquele que passa a enxergar o que falo em algum momento, fazendo ter por fim a convicção de que o que faz de si dá a tranquilidade para que se tenha um sono despreocupado, pode se considerar um ser de sorte.
Ora, como numa reviravolta de filme, as 'nuvens escurecedoras' que eram por mim consideradas as vilãs do enredo, revelaram ser o que sempre foi essencial para salvar me da completa ignorância, aquela que envenena a gente.
É a chuva, o tempo fechado, a escuridão, é isso! Isso sim que valoriza a vinda do Sol, se é que me entende.
Não há como estampar um sorriso, falando daquele que é pleno, 24 horas, 365 dias, não dá! Os músculos fadigam, e quando ele fadiga não podemos fazer nada a não ser respeitar o tempo de recuperação, até que se possa sorrir de novo.
Se há de chover um dia, quem sou eu para dizer "Não! não chove, chuva! ", isso sempre foi loucura.
O que se aprende é que os dias escuros servem para tirarmos total proveito dele e recuperar aquela força para seguir reto.
O que se aprende é que se algum dia o 'eu interior' sentir suas necessidades e bradar por poder de voz, é melhor aproveitar.
Quando o Sol chega anunciando a vida que vem por aí, é o aviso de que Ele nos quer preparados e fortes, não aceitando menos que isso, além de não nos dar margem para sermos o contrário.
Partindo do princípio que é da fraqueza que se conhece a real força, sendo assim, é inválido não dar vez nem voz para o que guarda a mente.
O que se aprende é que se torna fundamental para a saúde da alma ter, naquela tarde de domingo, uma conversa aberta e franca, nem que seja entre você e você.
O que eu aprendi nessa tarde de domingo é que viemos a este mundo para aprender a conviver com nós mesmos.
Durante todo esse tempo