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Martha Medeiros

Você é o que você gosta
Quem sou eu Quando não temos nada de prático nos atazanando a vida, a preocupação passa a ser existencial.
Pouco importa de onde viemos e para onde vamos, mas quem somos é crucial descobrir.
A gente é o que a gente gosta.
A gente é nossa comida preferida, os filmes que a gente curte, os amigos que escolhemos, as roupas que a gente veste, a estação do ano preferida, nosso esporte, as cidades que nos encantam.
Você não está fazendo nada agora Eu idem.
Vamos listar quem a gente é: você daí e eu daqui.
Eu sou outono, disparado.
E ligeiramente primavera.
Estações transitórias.
Sou Woody Allen.
Sou Lenny Kravitz.
Sou Marilia Gabriela.
Sou Nelson Motta.
Sou Nick Hornby.
Sou Ivan Lessa.
Sou Saramago.
Sou pães, queijos e vinhos, os três alimentos que eu levaria para uma ilha deserta, mas não sou ilha deserta: sou metrópole.
Sou bala azedinha.
Sou coca cola.
Sou salada caprese.
Sou camarão à baiana.
Sou filé com fritas.
Sou morango com sorvete de creme.
Sou linguado com molho de limão.
Sou cachorro quente só com mostarda e queijo ralado.
Do churrasco, sou o pão com alho.
Sou livros.
Discos.
Dicionários.
Sou guias de viagem.
Revistas.
Sou mapas.
Sou Internet.
Já fui muito tevê, hoje só um pouco GNT.
Rádio.
Rock.
Lounge.
Cinema.
Cinema.
Cinema.
Teatro.
Sou azul.
Sou colorada.
Sou cabelo liso.
Sou jeans.
Sou balaio de saldos.
Sou ventilador de teto.
Sou avião.
Sou jeep.
Sou bicicleta.
Sou à pé.
Você está fazendo sua lista Tô esperando.
Sou tapetes e panos.
Sou abajur.
Sou banho tinindo.
Hidratantes.
Não sou musculação, mas finjo que sou três vezes por semana.
Sou mar.
Não sou areia.
Sou Londres.
Rio.
Porto Alegre.
Sou mais cama que mesa, mais dia que noite, mais flor que fruta, mais salgado que doce, mais música que silêncio, mais pizza que banquete, mais champanhe que caipirinha.
Sou esmalte fraquinho.
Sou cara lavada.
Sou Gisele.
Sou delírio.
Sou eu mesma.
Agora é sua vez.

VELHOS AMIGOS, NOVOS AMIGOS
Quem é seu melhor amigo(a) Deixe ver se adivinho: estuda na mesma escola ou cursinho, tem a mesma idade (talvez um ano a mais ou a menos), freqüenta o mesmo clube ou a mesma praia.
Se errei, foi por pouco.
Não é vidência: minha melhor amiga também foi minha colega tanto na escola quanto na faculdade e nascemos no mesmo ano.
São amizades extremamente salutares, pois podemos dividir com eles angústias e alegrias próprias do momento que se está vivendo.
Mas fique esperto.
Fechar a porta para pessoas diferentes de você é sinal de inteligência precária.
Durante a adolescência, é vital repartir nossas experiências com pessoas que pensem como nós e que tenham o mesmo pique: é importante sentir se incluído num grupo, de pertencer a uma turma.
Perde se, no entanto, o convívio com pessoas de outras idades e de outros "planetas", que muito poderiam lapidar a nossa visão de mundo.
Entre iguais, tudo é igual.
A vida ganha movimento é na diferença.
Se você é rato de biblioteca, iria se divertir ouvindo as histórias contadas por um alpinista experiente.
Se você tem muita grana, ficaria surpreso em saber como dá duro o cara que trabalha de
dia para poder estudar à noite e o quanto ele precisa economizar para tomar dois chopes no sábado.
Se você curte música, seria bacana conversar com quem curte teatro.
Se você é derrotista, seria uma boa bater um papo com quem já sofreu de verdade.
Você, que se acha uma velha aos 27 anos, iria se divertir muito com os relatos de uma cinquentona irada.
E você, beirando os 60, se surpreenderia com a maturidade de um garoto de 18.
Para os de meia idade, nada melhor do que ter amigos nos dois extremos: da garotada que lhe arrasta para dançar até aqueles que estão numa marcha mais lenta, que já viveram de tudo e de tudo podem falar.
A cabeça da gente comporta rafting e música lírica, videoclipes e dança flamenca, ficar com alguém por uma noite e ficar para sempre.
É importante cultivar afinidades, mas as desafinações ensinam bastante.
No mínimo, nos fazem dar boas risadas.
Vale amizade com executivo e com office boy, com solteiros e casados, meninas e mulheraços, gente que torce para outro time e vota em outro partido.
Vale sempre que houver troca.
Vale inclusive pai e mãe.