Canção
Não te fies do tempo nem da eternidade,
que as nuvens me puxam pelos vestidos,
que os ventos me arrastam contra o meu desejo!
Apressa te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã morro e não te vejo!
Não demores tão longe, em lugar tão secreto,
nácar de silêncio que o mar comprime,
ó lábio, limite do instante absoluto!
Apressa te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã eu morro e não te escuto!
Aparece me agora, que ainda reconheço
a anêmona aberta na tua face
e em redor dos muros o vento inimigo
Apressa te, amor, que amanhã eu morro,
que amanhã eu morro e não te digo