Eu matei minha poesia quando deixei de ser o que nós seríamos e passei a ser esse vazio que nada diz.
E que eu não sei por qual motivo.
Se porque dói ou se porque sara.
Não compreendo se está tudo entalado na garganta e falta pouco para eu explodir jajá ou se eu desisti de um jeito que perdi até as palavras.
Eu as perco e as digito porque oscilo no que sinto e nenhum cinto prende o que sempre sou.
Eu não sinto.
Sinto muito, mas muitíssimo mesmo, não sentir tanto quanto já.
Não chorar.
Eu queria chorar e secar tudo que resta de nós dois.
Sinto me vazia de um cheio inexplicável.
Pergunto me se indelével.
Se sara ainda ou se sarou.
Eu não choro, eu não tenho, eu não obtenho expectativas menos fugazes que as atuais em arrumar um colo novo para descansar meus prantos.
Meus pratos, minha porcelana facial e meus tantos jeitos perfeitos de amar alguém e imperfeitos de repelir um amor.
Eu chorei antes do antes do começo, no começo, no meio, no centro da linha sem divisões de tempo, em todos os fins.
Eu chorei em todos os momentos e agora Agora que não acabou, não começou, não meiou ou melhorou, mas que você partiu Agora que você partiu dessa para uma, a seu ver, melhor, meu corpo fecha as torneiras.
Não goza, não chora, não troca saliva, não sua.
Eu matei minha poesia porque não transpiro.
Antes, amor, agora, arrepio.
Arrepios não sabem falar, nem explicar, nem encher, nem esvaziar.
Eles são consequência.