Tudo tem o seu tempo
A vida, as pessoas, os sentimentos, e até as palavras.
Tudo, sem excepção tem o seu tempo.
Um prazo irrepreensível.
Por vezes desconforme, misterioso, bárbaro, forasteiro e desconhecido.
Tudo tem o seu tempo e cabimento.
Enervante, enigmático e oculto mas indefinidamente decisivo e aperfeiçoado.
Porque tudo tem um tempo, excedemos e transpomos os padrões da nossa flexibilidade sentimental.
São as emoções que ficam recessas, e nós que ficamos indefesos.
Cansamo nos do frágil e indolente demorar dos dias.
Temos urgência, uma urgência intolerável, por vezes impertinente.
Vivemos agitados e ansiosos por motivos que dizemos não conhecer.
Até connosco somos desleais.
Dizemos não conhecer causadores, porque optamos fingir que ignorámos.
Mas depois, nos refúgios, nos abrigos assustadores e nublados começam a sentir se defesas e protecções.
Escapámos aos destroços e deixamos de nos prender a restos e ruínas de sentimentos.