'SABOR: CIÚMES'
Me vi louco, debruçado sob o idoso sofá de alcatifa.
Dia antes, você passara com outro à minha frente.
Não tão de repente, meu coração disparou: pistola automática com tiros se reciclando ininterruptamente!
No sol de verão, em meio a multidão, a rua saborosa de
ausência, sinalizava dano.
"Aperto de mãos".
Não mais que isso! E já te imaginava minha.
Te devorava nos meus olhos e você, você passou com outro!
Justo agora que te convidaria para um sorvete.
Se bem que um de açaí, me tiraria daqui: zelo criado por mim! Detesto quando falam que sou acanhado! Dia desses, dei um soco num larápio.
Sorte a minha que não acertou e saí aligeirado.
Mas você Rosalinda! A que seria mulher dos meus cinco filhos.
A que ficaria atônita, esperando minha chegada, a quem eu amestraria para ser amada.
Ainda obstúpido, fico a viajar nos meus mares, sem lugares, sem ares!
Ei! Agora lembro me do calhorda! É seu primo Rufino! E eu que passei a noite às claras pensado você nos braços de outro.
Pura quimera! São quase seis da manhã, daqui a pouco, tentarei criar coragem e te convidarei para um sorvete de açaí ou qualquer outro sabor!