Faço parte da tribo das mulheres que nasceu com a sinceridade à flor da pele.
É quase uma maldição ser assim no mundo de hoje.
Tenho a total desvantagem de não saber fazer doce, e ser sempre direta em meus relacionamentos.
Quando eu vejo, já falei demais, já demonstrei demais, já fui muito eu.
Estraguei tudo, sem reparos.
Essa minha mania de ser direta já me fez perder muitas coisas, em contrapartida, tenho a total certeza que só perdi o que não merecia ficar ao meu lado.
Mas eu prefiro ser assim direta, sincera e falar tudo na cara sem rodeios ou meio termos, do que me fazer de sonsa.
Sonsa que por sinal eles adoram.
As sonsas são sempre sucesso, as mais pedidas, e as mais rodadas também.
Elas adoram se fazer de boazinhas, já pegaram todos e já fizeram de tudo, mas juram de pés juntos que tudo o que falam ao seu respeito é mentira, e você acredita, claro! Dignos de pena, ela e vocês que caem nessa conversinha porque é mais cômodo ficar com alguém que finge ser o que não é para te agradar, do que aguentar o tranco que é se relacionar com uma mulher que não camuflas suas vontades e, muito menos usa máscaras e mil truque para conquistar e segurar alguém.
Gente como eu, tem no sangue o respeito por si próprio e em cada poro a natureza de ser o que é, custe o que custar.
E pago caro por isso.
Pago com juros a saga de ser verdadeira e não me submeter a jogar qualquer jogo dizendo amém para todas as regras.
Mas eles adoram um doce, um charme, uma submissa.
Azar o deles.
Aprendi a ver em cada fim, um recomeço mais digno, mais cínico.
Aprendi a me jogar na vida, em vez de ficar elaborando joguinhos com alguém que não está disposto a ser de verdade também.
Sorte a minha de ser assim: intensa, verdadeira, sincera.
Sorte de quem tem a chance de me conhecer por aí.
Azar de quem não consegue valorizar gente de verdade e acaba virando fantoche no jogo vazio dos outros.