AMOR
Difícil falar do amor
Ele fugidio, abstraído, confuso,
Um nome dado a um sentimento,
Sintomático da Silva,
Dos sobrenomes todos da vida.
E quem é ele, um vulto
Na multidão dos mitos
Na reunião dos rebelados,
Rompidos a sangue e fogo,
Com suas práticas sentenciadas.
Difícil dirigir se a ele,
Pairar sobre as montanhas,
Às vezes ir muito além,
E gritar por qualquer nome,
Até que se manifeste, a virtude
A boa obra, peça finalizada.
E como se anunciará a sua boca
O seu semblante como se verá,
Algo admirpavel, sensível à dor.
Confiante, certo que assim se mostre.
Deve vir como um bruma leve,
Pairando perto e longe, compassivo
Fazendo caras e bocas, brincando à toa,
De tudo entendendo, tudo calando,
O amor vem dando visões de barcos,
Em pleno mar, que ora aparecem,
Logo se escondem por trás das ondas,
Em descompasso, com os olhos turvos
Que sobem e descem desesperados.