E ela virá me abrir a porta como se fosse uma velha amante.
Sem saber que é a minha mais nova namorada
De repente do riso fez se o pranto
silencioso e branco como a bruma
e das bocas unidas fez se a espuma
e das mãos espalmadas fez se o espanto
de repente da calma fez se o vento
que dos olhos desfez a última chama
e da paixão fez se o pressentimento
Deverias chamar te Claridade
Pelo modo espontâneo, franco e aberto
Com que encheste de cor meu mundo escuro.
Se você está pensando
Que eu estou me importando
Claro que eu estou
Eu não sou feito essa gente
Que ama e de repente
Tchau, e se acabou
A um passarinho
Para que vieste
Na minha janela
Meter o nariz
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!
Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de Assis
Deixe te de histórias
Some te daqui.
Para que vieste / Na minha janela / Meter o nariz / Se foi por um verso / Não sou mais poeta / Ando tão feliz.
São demais os perigos desta vida
Para quem tem paixão principalmente
Quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher
E amai, amigos meus! Amai em tempo integral, nunca sacrificando ao exercício de outros deveres, este, sagrado do amor.
O ELEFANTINHO
Onde vais, elefantinho
Correndo pelo caminho
Assim tão desconsolado
Andas perdido, bichinho
Espetaste o pé no espinho
Que sentes, pobre coitado
Estou com um medo danado
Encontrei um passarinho!
AS BORBOLETAS
Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas.
Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então
Oh, que escuridão!
Ai, a lua que no céu surgiu
Não é a mesma que te viu
Nascer dos braços meus
Cai a noite sobre o nosso amor
E agora só restou do amor
Uma palavra: adeus
Tristeza, por favor vá embora
Minha alma que chora está vendo o meu fim
Tristeza, por favor vá embora
Minha alma que chora está vendo o meu fim
Fez do meu coração a sua moradia
Já é demais o meu penar
Quero voltar àquela vida de alegria
Quero de novo cantar
Ela tem uma graça de pantera
No andar bem comportado de menina.
No molejo em que vem sempre se espera
Que de repente ela lhe salte em cima.