Retirou se, cabisbaixo, como se nossa história fosse sem começo, nem fim.
Eu deixei cair algumas lágrimas em silêncio, acho que era a minha dor, a minha maneira de assimilar que me dei por vencida, pensava que uma batalha perdida fosse o fim de uma guerra.
Não sabia que meu amor não acabava com um ponto final, só colocou fim a nossa confiança, ao nosso laço, as nossas conversas, aos nossos olhares apaixonados e nossos beijos iluminados.
Ele foi embora pensando que havia terminado, e não foi assim, só acabou para ele, fui eu que deixei de existir no seu mundo, a que deixou de ser a única, a que deixou de ser “perfeita”, amada, respeitada, a confidente de todos os seus segredos mais sombrios.
Eu o observei, parecia estar bem e inteiro.
Por dentro eu estava esmagando e gritando, me rasgava a pele e tentava apagar seu nome que permeou minha pele como tinta.
Para mim, ele continuou aqui, no meu coração, por muito mais tempo.
Não sei quanto tempo passou desde que o nosso sempre se converteu em nunca e me tornei em um holograma monótono, no meu quarto, sozinha, encolhida, assustada, com a constante sensação de que meu corpo iria partir em mil pedaços.
Sei que seu nome, corpo e alma, formam parte de algo tão grande que incluo quando olho as estrelas e a lua, e elas me sorriem.
Espero que esteja pensando em mim, espero que se lembre de quem era comigo e de que nunca o esquecerei.
Então me deixe, eu sempre te amarei
Onecina Alves