Só erra quem produz.
Mas, só produz quem não tem medo de errar.
As massas humanas mais perigosas são aquelas em cujas veias foi injetado o veneno do medo.
Do medo da mudança.
A solidão é o fundo último da condição humana.
O homem é o único ser que se sente só e que procura um outro.
Octavio Paz escreveu uma vez: "Solidão é um fato profundo da humanidade.
O homem é o único ser que sabe quando ele está sozinho."
DESTINO DO POETA
Palavras Sim.
De ar
e perdidas no ar.
Deixa que eu me perca entre palavras,
deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
um sopro erramundo sem contornos,
breve aroma que no ar se desvanece.
Também a luz em si mesma se perde.
O homem é um ser que se criou a si próprio ao criar uma linguagem.
Pela palavra, o homem é uma metáfora de si próprio.
A palavra quando é criação desnuda.
A primeira virtude da poesia tanto para o poeta como para o leitor é a revelação do ser.
A consciência das palavras leva à consciência de si: a conhecer se e a reconhecer se.
IRMANDADE
Sou homem: duro pouco
e é enorme a noite.
Mas olho para cima:
as estrelas escrevem.
Sem entender compreendo:
Também sou escritura
e neste mesmo instante
alguém me soletra.
O que põe o mundo em movimento é a interação das diferenças, suas atrações e repulsões; a vida é pluralidade, morte é uniformidade.
A palavra é o próprio homem.
Somos feitos de palavras.
Elas são nossa única realidade ou, pelo menos, o único testemunho de nossa realidade".
Certeza
Se é real a luz branca
desta lâmpada, real
a mão que escreve, são reais
os olhos que olham o escrito
Duma palavra à outra
o que digo desvanece se.
Sei que estou vivo
entre dois parênteses.
Ao matar a morte, a religião nos tira a vida:
vivemos morrendo.
A eternidade despovoa o instante.
Vida e morte são inseparáveis