Lugar comum
Orgulho me de trazer em mim o vermelho, o azul, o amarelo
A fé no imortal guardião das águas, do matagal, o frágil labelo
O olhar ladrão, que rouba pra si todo belo que avista sem elo
Em pinçar nos versos do poeta, o amor liberto, sem atropelo
De chorar o mesmo choro do homem, da criança, da mulher
Não importando a razão: só o explodir de cada emoção
Brotada no reencontro da volta ou no lamento da partida
Na decepção inesperada ou na surpresa sentida agradecida
Orgulho me dos amigos que a vida escolheu para me presentar
Permitindo que se apossassem de meus sim, de meu bem querer
Da glória, da graça, do compromisso da entrega de um sorriso
Do certo abraço, sem correr o risco de alterar o gosto, o traço
De aprender o que o equívoco me convenceu fiar saber
Do presente invisível e palpável do lumiar recíproco
Das causas e coisas simples, como doar, compartilhar
A felicidade e saber que o lugar de um é na festa do outro