Bom, guerreiro, filho de Ogum e Iansã.
Atento com as minorias por índole, finalidade e princípio.
Qualquer um, tendo levado as pancadas que levou, no momento em que levou, poderia entrar em desespero ou se entregaria, vencido, a uma depressão que nenhum analista daria jeito.
Ele preferiu lutar e reagir.
Fez da vida e do trabalho uma luta constante.
Acreditou.
Passou, quando pôde, prova constante e convincente do que exigiram dele.
Criança, gostava de recitar Fagundes Varela; talvez porque o sobrenome lembrava aquarela, que também lembrava uma maleta cheia de lápis de cor e hidrocor.
Não carrega nada diluído no sangue por herança de família, traz na ascendência os Silvas que admira por aí.
No que escreve sim, mostra que há algo de genético.
A ideia que nos dá é de uma nova versão de um filme já visto, com enredo de um discurso comentado.
Guerreiro de boas ideias, jamais se considerou derrotado.
Pode ter perdido uma batalha, mas acossa o inimigo na certeza de que a vitória, ao fim da guerra, chegará.
Espoliado no seu maior tesouro sentimental, a esperança; ao invés de procurar refúgio no castelo do conformismo, preferiu atacar os ladrões em campo aberto, não lhes dando trégua, encarando os de frente e lutando com a única arma de que dispunha; a palavra, no libelo contundente e na busca da liberdade de pensamento e da tolerância zero para o que não é correto.
Esse, perdedor da última batalha, muso da reação, ativista, aparentemente alguma coisa, sugestivo de coisas impublicáveis, mas que minou, à sorrelfa, o terreno lamacento onde pisam os indiferentes.
A incoerência de tudo está nos olhos que sempre deveriam ver tudo azul.