Não, eu não mudei.
Eu estava mudada.
Frequentava certos ambientes que me traziam a alegria momentânea e as lágrimas ao descansar.
Pernoitava longas noites com uma multidão de corações vazios.
Sorria para agradar e chorava quando não conseguia mais aguentar.
Correspondia com falsas atitudes para ser aceita.
Com medo da rejeição, sorria para ser querida e cantava melodias que não me satisfaziam.
Conheci muita gente do bem, mas conheci gente do mau também.
Modifiquei me em uma pessoa que sempre critiquei e não queria ser.
Esfarelei afeições, iludi me com emoções e caí em diversas tentações.
Rejeitei bons conselhos e por muitas vezes nos momentos de solidão me encontrei em desespero.
Minhas ocasiões em revelia eram para chamar atenção de quem não me entendia.
Mas era impossível cobrar entendimento de alguém, se eu mesma não conseguia me interpretar.
Substitui minhas vontades por lazeres em troca de amizades.
Perdi minha identidade, esqueci das minhas verdades e me iludi ao acreditar em certas fidelidades.
Não vivo em uma nova fase e sim retorno para meu antigo habitat.
Devolver a minha alma minhas próprias vontades e recuperar a minha verdadeira pulsação que estava desaparecida, faz de mim uma mulher extremamente enlouquecida pela minha vida.