A vida e a morte são determinadas demais, por demais implacáveis para que sejam puramente acidentais.
Mais um ano.
Mais um palmo a separar me dos outros, já que a vida não passa de um progressivo distanciamento de tudo e de todos, que a morte remata.
A morte é tão inesperada no seu capricho como uma cortesã no seu desdém; mas a morte é mais verdadeira ela nunca renuncia a nenhum homem.
Arrepender se do passado, aborrecer se no presente, temer o futuro: assim é a vida.
Só a morte, a quem está confiada a renovação sagrada das coisas, me promete a paz.
Ama de igual amor o poluto e o impoluto; Começa e recomeça uma perpétua lida; E sorrindo obedece ao divino estatuto.
Tu dirás que é a morte; eu direi que é a vida.