Abri os olhos e pensei “estou com ele”.
Nunca tinha parado para pensar sobre o quanto isso importa: estar.
É no presente, meu Deus! E espero que se estenda até o futuro.
Mesmo que, de vez em quando, a gente canse de correr, canse de tentar e canse de se importar, a gente não cansa de estar.
Nunca, nunquinha me peguei querendo o distante.
Às vezes me bate um cansaço, uma preguiça danada de continuar, mas eu penso que não posso ser sem ele.
Não posso.
Ele é o meu ser, meu estar, meu querer, bem querer.
Eu poderia percorrer o mundo e, ainda assim, ele seria meu amar.
Ele é todo o meu verbo conjugado no passado, no presente e no futuro.
Meu sonhar, meu viver, meu sorrir.
Às vezes meu chorar, meu doer e meu cair.
Mas, depois, ele chega sem palavra alguma, verbo algum, sem pausas e acentos, só no silêncio e me ganha inteira com o olhar.
Num instante vira o meu perdoar.
Ele é o meu viver quando me pega pela mão, meu morrer quando me tira o fôlego, meu calar quando me fala baixinho ao pé do ouvido, meu gritar quando me puxa pela cintura de repente.
Ele é a minha vida e olha que isso nem é verbo.