A COR DA SAUDADE
Era uma vez uma menina que tinha um pássaro encantado.
Ele era encantado por duas razões:
Não vivia em gaiolas, vivia solto,
Vinha quando queria, quando sentia saudades
E sempre que voltava, suas penas tinham cores diferentes,
As cores dos lugares por onde tinha voado.
Certa vez voltou com penas
Imaculadamente brancas, e contou histórias de montanhas
cobertas de neve.
Outra vez, suas penas estavam vermelhas, e contou histórias de desertos incendiados Pelo sol.
Era grande a felicidade quando eles Estavam juntos.
Mas, sempre chegava a hora do pássaro Partir
A menina chorava e implorava:
Por favor, não vá.
Terei saudades, vou chorar.
Eu também terei saudades dizia o Pássaro mas vou lhe contar um segredo! Eu só sou encantado por causa da Saudade.
É ela que faz com que minhas Penas fiquem bonitas
Senão você deixará de me amar.
E partiu.
A menina, sozinha, chorava.
Uma certa noite ela teve uma idéia: e se o Pássaro não partir
Seremos felizes para sempre! Para ele Ficar, basta que eu o prenda numa gaiola.
E assim fez.
A menina comprou uma gaiola de prata,
A mais linda que ela encontrou.
Quando o pássaro voltou, eles se Abraçaram, ele contou histórias e Adormeceu.
A menina aproveitou o seu sono e o Engaiolou.
Quando o pássaro acordou deu um grito
De dor.
Ah! O que você fez Quebrou o encanto.
Minhas penas ficarão feias e eu me Esquecerei das histórias.
Sem a saudade, o amor irá embora
A menina não acreditou
Achou que ele se acostumaria.
Mas, não foi isso o que aconteceu.
Caíram as plumas e as penas Transformaram se em um cinzento triste.
Não era mais aquele o pássaro que ela Tanto amava
Até que ela não mais agüentou e abriu a Porta da gaiola.
Pode ir, pássaro
Volte quando você quiser
Obrigado disse o pássaro irei e voltarei Quando ficar encantado de novo.
Você sabe, ficarei encantado de novo Quando a saudade voltar dentro de mim
E dentro de você.
Quantas vezes aprisionamos a quem Amamos, pensando que estamos fazendo o melhor
Pense.
Deixar livre é uma forma singela
de ver, ter
Direcione o seu amor não para a prisão e sim para a conquista, sempre.