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Gentileza Gera Gentileza

Gentileza gera gentileza
Talvez pensamentos tão esporádicos e estranhos não surjam em sua mente, como na minha.
Duas cabeças, pelas contas, pensam melhor que uma, é “vero”, a própria matemática explica.
Mas duas cabeçam pensam completamente diferentes.
Nesses últimos dias de reclusão da escrita, confesso.
Estive imaginando cenas tão simples, bucólicas e pitorescas em minha cabeça que trazem um significado tão profundo que as próprias aparências simples disfarçam e nos fazem escapar de um sentido mais engajado.
Estive imagiando o quão importante seria a pessoa sentada ao meu lado no banco da braça, o quão importante seria a pessoa que está à sua frente em uma fila de supermercado, o quão importante seria o secretário de um estabelecimento ou de um guichê comercial.
As pessoas são importantes, e extrememante importantes, repito enfatizando.
Um importante não comum, mas um importante único.
É claro que essas dimensões de importância e notoriedade não nos atingem em situações tão corriqueiras.
Por estarmos habituados à correria, as contas de casa à pagar, ao horário de uma reunião, aos deveres que nos chamam.
Vivendo de faces que pintam e tecem perfis limitados que não nos permitem saber o que se passa no interior de cada um.
Nem se quer passa de relance a importância que esta pessoa sentada ao seu lado teria para um pai, uma mãe, uma amigo, um amor.
Não.
Não passa.
E vice versa.
Não passa porque rotulamos que não o conhecemos, porque somos tão teóricos que esteriotipamos que importância e respeito só poderia ser atribuído à alguém que se conheça, alguém que tenha a mesma conta bancária, ou que seja colega de classe.
Banhados em hipocrisia não cremos que o mesmo respeito ao patrão se deve ao empregado, que a faxineira do prédio é tão importante quanto a dona do estabelicimento.
Me perdooem, não levem apenas para a faixa circunstancial e econômica.
Não é neste ponto que quero tocar na ferida de muitos.
Embora, admitam, a carapuça serviu.
Não custa nada, caríssimos, um “olá”, um “como vai” um “boa tarde, lindeza”.
Educação é tão gostosa de ser dada e recebida, gentileza gera gentileza e, cá entre nós, gentileza também encanta.
Muitos homens podem até pisar no acelerador de um “camaro amarelo” mas sem educação não chegarão à lugar algum se pretendem chamar a atenção de alguma garota.
Sei que é difícil pensar que em dias estressantes consigamos ser “tão de bem com a vida” e oferecer um ombro amigo a um desconhecido, ou o tratar como você trata sua mãe, o que deveria ser feito, na teoria de uma civilização perfeita.
Pensem bem, reflitam um pouco, não seria as grandes e pequenas coisas baseadas no respeito mútuo
Quem respeita as adversidades, o erro de alguém ou a dificuldade do outro não é admirado por muitos Haveriam repartições e tantas guerras se todos se respeitassem
É claro, é claro, jovem, não é tão simples se constriur respeito vivendo em uma sociedade tão regada de ideologias, religiões e meio termos.,
Porém, acredito que, respeito seria um belo passo para se construir algo grandioso.
Passos menores para depois alçarmos léguas e mais léguas.
Quando o stress diário for tão grande que sufoque e faça as veias correrem a ferro e fogo, faça um terapia diferente.
Fazer bem ao próximo nos faz um bem danado.
Mútuo.
O que é bom relaxa e expira tudo de negativo.
Comece por ai, e por que não
Por acaso você já ouviu alguém reclamar de receber “um bom dia” ou um elogio de vez em quando
Não é falsidade, é educação.
Esta que deveria ser ensinada desde o cordão umbilical não cortado.
Passos lentos, eu sei, mas qual o motivo da pressa Grandes fortalezas não se constroem de um dia para o outro.
Somos tão jovens e temos todo tempo do mundo,
mas não há tempo a se perder.

Gentileza gera gentileza! E você, o que gera
Quem conhece a história de José Datrino, que ficou conhecido como Profeta Gentileza, na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, entre as décadas de 60 e 90, sabe que foi ele quem imortalizou essa assertiva Gentileza gera Gentileza.
Tratei profundamente desse lindo tema no meu livro "O PODER DA GENTILEZA O modo como você trata as pessoas determina quem você é".
E depois de tantos estudos, descobri que a reação das pessoas nem sempre é tão linear ou óbvia quanto imaginamos ou gostaríamos.
De modo que podemos fazer algumas reflexões.
Por um lado, pode mesmo ser que gentileza gere gentileza, assim como falta de gentileza tende a gerar falta de gentileza.
Algo como "pago na mesma moeda".
Entretanto, também pode acontecer da gentileza nem sempre gerar gentileza e a falta de gentileza nem sempre gerar a mesma reação no outro.
Isso significa que, diante de atitudes gentis, algumas pessoas ficam desconfiadas ou com medo de retribuir e se darem mal.
Por isso, reagem negativamente.
Algo como "quando a esmola é demais, o santo desconfia".
Assim como diante da falta de gentileza, algumas pessoas fazem questão de reagir com gentileza só para mostrar que existem outros tipos de comportamento.
Algo como "dar um tapa com luva de pelica".
Só por isso, já podemos concluir que pessoas são únicas e agem a partir de suas crenças.
E crenças existem muitas.
Desde as limitantes e que nos impedem de enxergar alternativas mais criativas diante de um gesto não gentil, até as edificantes, que nos destaca da mediocridade e nos torna pessoas mais alinhadas com o propósito de fazer dar certo.
A questão é: e você, o que tem gerado Quais têm sido suas crenças Aquelas do tipo "chumbo trocado não dói" ou "eu não levo desaforo pra casa" Ou você tem sido daquelas pessoas raras, admiráveis, com quem a gente sente vontade de conversar, conviver, ser amigo ou até algo mais, de tão gostosas (no sentido amplo e profundo) que elas são
E tem mais: muitas vezes, ser gentil com quem a gente vê uma vez ou outra pode ser bem mais fácil do que ser gentil com quem a gente mora, com quem a gente divide intimidades e até com quem a gente trabalha.
Pessoas assim são aquelas consideradas "um doce" fora de casa e "um demônio" dentro, sabe
É dessas existem aos montes, infelizmente! E nem se dão conta de que estragam tudo, perdem o melhor de sua própria festa.
Tomara que em algum momento antes de chegarem ao fim da vida, sejam privilegiadas com o amargo sabor do arrependimento por não estarem sendo mais coerentes com seu coração e menos preocupadas com uma máscara perfeita para exibir socialmente.
E assim, possam recomeçar de um modo mais gentil!
Mas sabe o que é o pior de tudo É quando confundimos gentileza com educação ou com romantismo.
Gentileza, minha gente, não é nem educação e nem romantismo.
Não se trata de dizer "bom dia", "com licença" ou "por favor".
Nem se trata de mandar flores, preparar um jantar à luz de velas ou puxar a cadeira para uma dama se sentar.
Tudo isso é lindo, ótimo e quanto mais você fizer, melhores serão seus relacionamentos, sem dúvida.
Mas, ainda assim, não se trata de gentileza!
Gentileza é enxergar o outro de verdade.
É escutar mais e falar menos.
É ponderar no momento em que ele não concorda com você.
É não revidar.
É não disputar para ver quem fala mais alto.
É conseguir "baixar a bola" no momento em que "o bicho tá pegando".
Sabe aquela hora que os ânimos estão exaltados, a briga está prestes a começar e você consegue respirar fundo e propor um consenso E se não der, que ao menos proponha recomeçar a conversa quando estiverem mais calmos
Gentileza, meu caro, é ser bem mais fiel ao que você sente do que ao seu orgulho, à sua vontade de parecer seguro, autossuficiente e inabalável.
Gentileza é, por fim, ser tão gente quanto qualquer outra pessoa, seja ela quem for.
Porque, no final das contas, felicidade tem muito mais a ver com o modo como tratamos as pessoas do que podemos imaginar