“As pessoas não se precisam, elas se completam não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.
O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.”
Eu me esqueci no armário.
Pensei estar vivendo,
estudando, trabalhando, sendo!
Pensei ter amado e odiado,
aprendido e ensinado,
fugido e lutado,
confundido e explicado.
Mas hoje, surpreso,
me vi no armário embutido
calado, sozinho, perdido, parado.
( ) até que um dia, por astúcia ou acaso, depois de quase todos os enganos, ela descobriu a porta do labirinto.
( ) nada de ir tateando os muros como um cego.
Nada de muros.
Seus passos tinham enfim! – a liberdade de traçar seus próprios labirintos.
Fisiognomia
Há longos narizes pensativos que parecem estar pescando.
São uns introvertidos, uns inofensivos O diabo são esses narizinhos arrebitados, sempre se dando conta de tudo.
(in: Da Preguiça como Método de Trabalho, 1987.)
Dos elefantes
O único defeito dos elefantes é não serem portáteis.
( in: Da Preguiça como Método de Trabalho, 1987.)
“Como eu vou saber, pobre arqueólogo do futuro, o que inquietamente procuro em minhas escavações do ar ”
(trecho do poema O descobridor do livro em PDF: Baú de Espantos)
"Pus meus sapatos na janela alta, sobre o rebordo.
Céu é o que lhes falta pra suportarem a existência rude.
E lá, imóveis eles sonham
Que são dois velhos barcos abandonados
À margem tranquila de um açude."