As coisas que errei na vida sei que as encontrarei na morte.
Porque a vida é dividida entre quem sou e a sorte.
O resto é a vida que nos deixa, a chama que morre no nosso olhar, a púrpura gasta antes de a vestirmos, a lua que vela o nosso abandono, as estrelas que estendem o seu silêncio sobre a nossa hora de desengano.
Ser novo é não ser velho.
Ser velho é ter opiniões.
Ser novo é não querer saber de opiniões para nada.
Sonhar é confessar a necessidade de viver, substituindo a vida real pela vida irreal, e assim é uma compensação de inalienabilidade do querer viver.
Tudo que se passa no onde vivemos é em nós que se passa.
Tudo que cessa no que vemos é em nós que cessa.
O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.
A vida é o que fazemos dela.
As viagens são os viajantes.
O que vemos não é o que vemos, senão o que somos.