Falar é fácil, difícil é ouvir.
Somente quem se sente aprisionado sabe que a vitalidade se despedaça igual uma peça de porcelana.
A solidão, a futilidade, o fracasso, o anonimato, é tão, tão grande que chega a ser insuportável.
Vivemos numa caixa de vidro mental e física.
Um sistema com permissões, normas e aceitação que molda tudo aquilo que não é dito e que caso se rebele, se torna apenas outra estatística num mundo que não irá parar para consertar o seu coração.
Ao ler estas linhas, qual o tamanho da sua jaula Cinquenta metros, cinquenta quilômetros, alguns centímetros A limitação da sua mente É isso Uma caixa de Pandora que liberta de tudo, medos, tristeza, guerras, desprezo, menos a capacidade de ouvir.
Cuidado com isso, ainda faltam alguns itens para saírem da imaginação.
O que acontece quando você abre essa caixa e a esperança não está mais lá Oras meu caro, a resposta é simples, a vida termina e não existe uma passagem de volta.
É uma longa viagem num campo minado onde você caminha tentando sobreviver, ou melhor, apenas existir.
Pontes deveriam ser uma bela travessia para admirar a paisagem, não um cemitério.
Imagino a quantidade de pessoas que se sentem atordoadas, vazias, levando porradas da vida diariamente e aguentando para prosseguir até a luz do fim do túnel, uma luz que na verdade está apagada há muito tempo por falta de manutenção: aquele cuidado com o tesouro mais precioso que alguém poderia possuir.