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Dedicatórias para Educadora Infância

AME.
S2
Simplesmente ame.
Ame a lembrança que se tem da infância, aqueles mil e um roxos nos joelhos e os primeiros passos de patins.
Ame quando você for criança e achar que seu pai é o homem mais grande desse mundo, mas ame mais quando você descobrir que ele é sim o mais importate.
Ame o abraço de uma amiga verdadeira que você descobriu e que juntas vocês conquistaram o mundo apenas sentadas de baixo de uma árvore.
Ame quando você descobrir que não existe só uma amizade assim, e que no decorrer da vida você descobre que cada pessoa passa por você na fase certa, fazendo disso ela única naquele momento.
Ame um sorriso seu mas ame mais um sorriso pra você.
Ame a primeira flor e bombons que você ganhar, guarde a caixa e suspire inúmeras vezes quando olha – lá .
Ame aquela ligação de madrugada das suas amigas berrando e dizendo que amam você.
Ame mais ainda aquela outra ligação, no começo da noite pra te desejar um “dorme bem”.
Ame o abraço da sua mãe depois de uma longa conversa sobre amores e amigos.
Ame aquele domingo em família.
Ame todos seus aniversários.
Ame as borboletas, mas ame mais quando elas voarem dentro de você e ai sim, ame.
Ame e ame demais seu pai e sua mãe em todo o momento.
Ame suas primas.
Ame aquelas férias de uma semana a qual você conheceu pessoas eternas.
Ame aquela velha e boa amiga do tempo de criança que diz “eu sempre torci por você” a cada derrota ou vitória sua.
Ame a saudade mas ame mais ainda a hora de matar ela.
Ame crianças e bagunça e cães é claro.
Ame e festeje o pôr do sol mas ame mais ele nascendo.
Ame o primeiro amor, e encontre o segundo para amar ainda mais.
Ame uma festa até às seis da manhã, mas ame mais o dez que você tirou na prova que vinha na manhã seguinte.
Ame sua sorte, seu cabelo e seu perfume.
Ame o sol.
Ame as suas músicas.
Ame seus medos, ame o que passou o que está acontecendo e o que está por vir, apenas ame E depois de um tempo que você amar, se amar comece tudo denovo mas dessa vez, faça diferente, ensine alguém a amar você! ;*

Tenho saudades
Saudades de minha infância sapeca, onde ninguém me agüentava;
Saudades do tempo da escolinha, que minha mãe ia me buscar e eu queria ficar mais;
Do tempo em que os adultos faziam trabalhos longe de mim, mas que eu sempre acabava descobrindo e queria fazer junto;
Saudades de minhas travessuras, aquelas inesquecíveis que quando lembro me mato de rir;
Saudades dos finais de semana que passava no sítio, na casa da vovó, das pessoas que cuidavam de mim para eu não aprontar, mas não adiantava.
Das tantas vezes que eu e minha prima brincávamos, brigávamos e aprontávamos muito.
Saudades do tempo que tudo era brincadeira;
Saudades do tempo em que com um pedaço de madeira tentava alcançar o céu;
Daquele tempo em que eu não precisava preocupar me com nada;
Do tempo em que eu só aprontava na escola, que as professoras chamavam minha mãe na escola, do tempo em que elas não podiam me ver que se desesperavam;
Do tempo em que antes de dormir rezava pro “Anjinho da Guarda” me cuidar, do tempo em que eu tinha medo dos mortos e do escuro;
Saudades do tempo que minha mãe me proibia de assistir “Chaves”, que eu adorava assistir o “Pica Pau”, melhor desenho que já existiu;
Saudades do tempo que eu queria ser médico, jornalista, advogado, padre ;
Saudades do tempo em que eu não precisava trabalhar e mesmo assim queria e que odiava ter que acordar cedo para ir pra aula;
Saudades do tempo em que as professoras corriam atrás de mim;
Do tempo em que tudo era fantasia;
Do tempo que me escondia para não me acharem;
Saudades do tempo que eu quebrava os canos d’água na casa da vovó;
Saudades ;
Saudades do tempo em que era feliz e não sabia;
Do tempo em que ser “Grande” é que era ser feliz;
Saudade do tempo em que tirava as rédias do cavalo pra ele beber água e ele fugia de mim;
Saudade dos sábados que passava na casa da minha avó e meu avô me chamava pra almoçar, ou então quando saia de caminhão com o vovô e só incomodava ele;
Do tempo que ligava os carros sem saber dirigir;
Saudades do tempo que eu pensava que a vida era um sonho onde eu tinha dormido e não conseguia acordar;
Saudades do tempo em que eu adorava tocar violão;
Do tempo que desmanchava o rádio pra arrumar ele, mesmo quando não estava estragado, mas depois sim que estragava;
Hoje olho pra trás e vejo que era feliz e não sabia, não sabia aproveitar a fase melhor da vida, e se pudesse voltar a trás, nossa, com certeza teria aprontado muito mais do que eu aprontei, teria aproveitado melhor cada momento;
Hoje sei que o tempo não volta e que basta agora é viver cada momento da melhor forma possível;
Hoje as pessoas olham pra mim e nem imaginam o quanto eu fui uma criança rebelde;
Quando olham pra mim, vêem uma pessoa forte, sempre sorridente e incapaz de magoar alguém;
Vêem uma pessoa cheia de sonhos, que não sabe se poderá realizar todos, mas que fará o possível para realiza los.
Fui feliz, sou feliz e se ajudei apenas uma pessoa a ser feliz, valeu a pena ter vivido.
Faço minhas as palavras de um dos maiores poetas de nossos tempo, Mário Quintana: “Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim e que valeu a pena”.

Lá na infância
Qualquer pessoa que já tenha se separado e tenha filhos sabe como a gente se preocupa com a reação deles e procura amenizar qualquer estrago provocado por essa desestruturação.
É preciso munir se de muito respeito, delicadeza e amor para que essa ruptura seja bem assimilada e não produza traumas e inseguranças.
Muito do que somos hoje, do que sofremos e do que superamos, tem a ver com aquele lugar chamado "infância", que nem sempre é um paraíso.
Por mais que tenhamos brincado e recebido afeto, é lá na infância que começamos a nos formar e a nos deformar através de medos, dúvidas, sensações de abandono e, principalmente, através da busca de identidade.
Por tudo isso, estou até agora encantada com a leitura de Marcas de Nascença, fenomenal livro da canadense Nancy Huston e que deixo como dica antes de sair de férias.
O livro é narrado por quatro crianças de uma mesma família, em épocas diferentes, todas quando tinham seis anos: primeiro, um garotinho totalmente presunçoso, morador da Califórnia, em 2004.
Depois, o relato do pai dele, quando este também tinha seis anos, em 1982.
A seguir, a avó, em 1962, e por fim a bisavó, em 1944.
Ou seja, é um romance genealogicamente invertido, começando logo após o 11 de Setembro e terminando durante a Segunda Guerra Mundial, mas é também um romance psicanalítico, e é aí que se torna genial: relata com bom humor e sem sentimentalismo todo o caldeirão de emoções da infância, mostrando como nossas feridas infantis seguem abertas a longo prazo, como as fendas familiares determinam nossos futuros ódios e preconceitos e como somos "construídos" a partir das nossas dores e das nossas ilusões.
Mas tudo isso numa narrativa sem ranço, absolutamente cativante, diria até alegre, mesmo diante dessas pequenas tragédias íntimas.
A autora é bastante conhecida fora do Brasil e ela própria, aos seis anos, foi abandonada pela mãe, o que explica muito do seu fascínio sobre as marcas que a infância nos impõe vida afora.
É incrível como ela consegue traduzir os pensamentos infantis (que muitas vezes são adultos demais para a idade dos personagens, mas tudo bem), demonstrando que toda criança é uma observadora perspicaz do universo e que não despreza nada do que capta: toda informação e todo sentimento será transformado em traço de personalidade.
Comecei falando de separação, que é o fantasma familiar mais comum, mas há diversas outras questões que são consideradas "linhas de falha" pela autora e que são transmitidas de geração para geração.
Permissividade demais gerando criaturinhas manipuladoras, mudanças constantes de endereço e de cidade provocando um desenraizamento perturbador, o testemunho constante de brigas entre pessoas que se dizem amar, promessas não cumpridas, pais que trabalham excessivamente, a religião despertando culpas, a política induzindo a discordâncias e exílios, até mesmo uma boneca muito desejada que nunca chegou às nossas mãos: tudo o que nos aconteceu na infância ou o que não nos aconteceu acaba deixando marcas para sempre.
Fazer o quê Em vez de tentar escapar de certas lembranças, o melhor é mergulhar nelas e voltar à tona com menos desespero e mais sabedoria.
Todos temos nossas dores de estimação.
O que nos diferencia uns dos outros é a capacidade de conviver amigavelmente com elas.