Você já cresce aprendendo todos os sistemas de autodefesa possíveis e imagináveis.
Afinal, brincadeiras de mão (e até umas brigas de vez em quando) eram comuns.
Vocês se conhecem tanto que uma troca de olhares já diz um pro outro o que vocês pensam sobre algumas atitudes dos seus pais.
Se você for menor com certeza já roubou a carteira de identidade do irmão só pra entrar naquela balada proibida para menores.
Se você for de maior, com certeza já emprestou a sua.
Se ambos se parecerem fisicamente é uma boa.
Vocês vivem usando as roupas um do outro e não vêem problema algum em fazer isso.
Você descobre anos depois que o seu irmão é o seu admirador número um, mas que nunca admitiria, nem sob tortura, que te enxergam como um grande exemplo.
Saber que você pode contar um com outro para aqueles sumiços no shopping quando sua mãe obrigava a experimentar as mil e uma roupas que ela achou bonita.
Dividir a responsabilidade na hora de beber e pegar o carro.
Vocês podem sair juntos sem problemas que se um beber, o outro ficará responsável por levar o carro sem maiores problemas.
Você pode ensinar ou aprender com seu irmão como o mundo do álcool pode ser divertido e traiçoeiro.
Tudo vai depende da quantidade e da ressaca do dia seguinte.
Descobrir como alguém pode ser tão chato e irritante como seu irmão quando quer a sua atenção ou ajuda.
Você nunca foi sozinho a um estádio de futebol.
Se nenhum amigo quis ir, você arrasta o seu irmão.
Não importa o time que ele torça.
Na maioria das vezes, você encontra nele um reflexo de quem você é de verdade, por mais diferentes que sejam.
A sua essência é refletida e guardada em meio a histórias e momentos.
E é justamente quem vai estar ali por você quando seus pais tiverem ido embora.