XXXIV Acho tão Natural que não se Pense
Acho tão natural que não se pense
Que me ponho a rir às vezes, sozinho,
Não sei bem de quê, mas é de qualquer cousa
Que tem que ver com haver gente que pensa
Que pensará o meu muro da minha sombra
Pergunto me às vezes isto até dar por mim
A perguntar me cousas.
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E então desagrado me, e incomodo me
Como se desse por mim com um pé dormente.
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Que pensará isto de aquilo
Nada pensa nada.
Terá a terra consciência das pedras e plantas que tem
Se ela a tiver, que a tenha
Que me importa isso a mim
Se eu pensasse nessas cousas,
Deixaria de ver as árvores e as plantas
E deixava de ver a Terra,
Para ver só os meus pensamentos
Entristecia e ficava às escuras.
E assim, sem pensar tenho a Terra e o Céu.