Te eternizo num poema
Para esquecer que tu já passou
Como o canto livre dos pássaros
Que fogem de quem se aproxima
Para ter por extenso a tua forma
Como uma escultura dos versos
Das sobras da poesia
Que a tua presença aqui deixou
Faço justiça dessa ausência
Recriando os restos de alguma literatura
Para definir tua imagem
Na arte de alguma melancolia
Como o silêncio que só as estrelas conhecem
Quando brilham para si mesmas na escuridão
Mas não aprendi nos livros
Rescrever outras inspirações
Sem a sedução de mencionar
Teu olhar indecifrável
Que, talvez agora, apenas os pássaros e as estrelas tem a sorte de conhecer.