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A Vida da Voltas

Aos 20 anos um sentimento e desejo de liberdade me fez sair de casa, mas não somente sair de casa, eu fui longe, fui morar em Brasília, não queria mais pai e mãe pegando no pé dizendo o que fazer onde fazer, com quem andar para onde andar, hora de chegar hora de sair! Era muito chato, era um porre, e longe eu podia tudo, e somente o telefone às vezes nos trazia para perto, anos se passaram, 5 para ser exato, eu regressei, provido de alto suficiência ainda confiante e pisando firme, nada de voltar morar com eles, continuei morando sozinho.
(afinal eu era grandinho, já podia fazer tudo).
Amigos casando, vários provendo suas famílias, casando e descasando, outros casando novamente, outros casando pela terceira vez e eu aqui, firme morando sozinho e só assistindo, morando sozinho, já com um presente inenarrável meu filhotinho lindo Ian Costa, mas nada de achar minha bela adormecida.
Visitando meus pais aos finais de semana, entre uns furos aqui e ali, hoje percebi que não era nada disso, ser grande e independente não e morar sozinho, e não ter ninguém para repreender pelas cagadas visíveis, pelos porres e irresponsabilidades agudas, era sim ter responsabilidade, e ser justo consigo mesmo, com seus amigos e principalmente com sua família, e depois de uma certeza descomunal interior pego as malas tranco as porta do apto e volto correndo feito louco para casa de mamãe e papai com um sorriso de orelha a orelha, e tudo que me vem a cabeça e o conselho de um grande amigo! O TEMPO DO AMOR E IRRECUPERÁVEL, diante disso eu acrescento dizendo, “o tempo do amor da família”, esse então e insubstituível, daqui não saio, daqui ninguém qualquer irá me tirar.
Sabe por quê Por que almoçar, jantar e tomar café ao lado da sua mãe, do seu pai, ver jornal, novela, discutir politica, ver futebol ou simplesmente pedir bênção pai, bênção mãe antes de dormir, não vale liberdade de 20 poucos anos algum! Agora tô eu aqui, pomposo, cheio dos mimos, faceiro

Como posso ser eternamente responsável por alguém, dando a vida tantas voltas O eterno é pra sempre e o pra sempre, cá entre nós, é muito tempo.
Confesso que sempre que lia essa frase de Exupéry, concordava, mas 'com o pé atrás'.
Será que é isso mesmo Hoje vejo que é.
Para ser considerado 'eternamente responsável' por alguém, você deve cativar essa pessoa.
Cativar requer entrega, carinho, confiança.
Quando você cativa uma pessoa não é necessário que isso seja dito, pois é possível, antes de mais nada: SENTIR, logo quando vão chegando as 4h da tarde.
Ser 'eternamente responsável' é muito mais do que ligar todo dia, estar sempre por perto, cuidar o tempo todo.
Isso faz parte, mas não é tudo.
Você pode falar toda hora, ligar todo dia pra desejar boa noite e logo mais pra desejar bom dia e não ter criado laço algum com essa pessoa.
Ou ter criado.
Mas o laço tem duas pontas.
E é preciso um de cada lado fazendo esforço pro laço não virar simples fita.
Puxou, já era.
Para sermos responsáveis por alguém, devemos estar bem com nós mesmos, para que a energia que nos envolve no momento de plenitude seja passada para a outra pessoa.
Não devemos colocar os problemas dos outros em primeiro lugar.
Quando estamos bem o mundo nos sorri e os problemas diminuem.
As pessoas são eternamente responsáveis pelas histórias que nos deixaram, pela saudade que aquece a alma quando lembramos de alguém especial em nossa vida.
A gente não precisa nem mesmo conversar com essa pessoa todo dia.
Eternamente responsáveis são aqueles que compartilham bons momentos (e também os ruins), os que ficam contentes em saber que a pessoa cativada está feliz, não importando onde nem porque, se essa felicidade foi dividida com você ou não.
E é aí que entra a melhor e maior definição de amor: "Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." Assim é o cativar.
No final das contas algo simples, mas que requer esforço: Amar o próximo e quere lo bem além de qualquer coisa.
Saber que podem se passar 100 anos e mesmo assim você lembrará daquela pessoa com carinho ou a tratará da mesma forma apesar de.
Cativar é quando a gente sabe diferenciar um chapéu de uma jibóia com elefante na barriga.
A raposa é só a nossa consciência dizendo o que a gente já sabe.