William Shakespeare

"A premência do tempo ajeita muitas coisas a seus desígnios, decidindo, por vezes, no momento mais grave, o que um processo interminável não pudera fazê lo."

Os botões fragrantes ás vezes dão abrigo a lagartas; o amor devorador, de igual maneira, demora nos espíritos sublimes.

Não passam de traidoras as nossas dúvidas, que às vezes nos privam do que seria nosso se não tivéssemos o receio de tentar.

Muitas vezes perdemos o que deveria ser nosso pelo simples fato de não termos tentado!

Algum desgosto prova muito amor, mas muito desgosto revela demasiada falta de espírito.

Soneto 116
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.

A vida não é eterna e tudo tem um prazo, nossas vontades mudam nas viradas do acaso, pois esta é uma questão ainda não resolvida: a vida faz o amor ou o amor que faz a vida
A quem não precisa nunca falta uma amizade, mas quem precisa só experimenta falsidade e descobre oculto no amigo um inimigo antigo.

Não chamo meu amor de idolatria
E nem de ídolo você a quem eu amo.
Sei que não posso exigir seu amor
Assim como proclamo meu amor galante.
Dou lhe apenas algumas razões para que goste de mim
Inalteradamente eis o que exprimo.
Deixo a cargo do acaso a confiança na vida
Pois todo meu cantar a você se alia.

Toda despedida é dor tão doce todavia, que eu te diria boa noite até que amanhecesse o dia.

Para o trabalho que gostamos, levantamo nos cedo e fazêmo lo com alegria.

Se todo o ano fosse de férias alegres, divertirmo nos tornar se ia mais aborrecido do que trabalhar.

Dormir, dormir talvez sonhar

Que é o homem, se sua máxima ocupação e o bem maior não passam de comer e dormir

A raiva é um veneno que bebemos esperando que os outros morram.

Se o poderoso cai, somem até favoritos.
Se o pobre sobe surgem amigos irrestritos.
E até aqui o amor segue a fortuna, eu digo: A quem não precisa, nunca falta um amigo.
Mas quem precisado prova um falso amigo, descobre oculto nele um inimigo antigo.