O buraco em meu peito estava pior do que nunca.
Pensei que o tivesse sob controle, mas me vi recurvada dia após dia, tentando não desmoronar, ofegante.
Mesmo enquanto afugentava as imagens, senti meus olhos cheios de lágrimas, e a dor a cercar o buraco em meu peito.
Mas isso não era um sonho, e, ao contrário do pesadelo, eu não estava correndo para salvar a minha vida; eu corria para salvar algo infinitamente mais precioso.
Hoje minha própria vida pouco significava para mim.
Parecia que eu estava presa em um daqueles pesadelos apavorantes em que você precisa correr, correr até os pulmões explodirem, mas não consegue fazer com que seu corpo se mexa com rapidez suficiente.
Ele pegou meu rosto entre as suas mãos de pedra, segurando o com firmeza enquanto seus olhos de meia noite cintilavam nos meus com a força gravitacional de um buraco negro.
Olha, você se incomoda de deixar pra fazer as coisas estúpidas quando eu estiver por perto Eu não vou ser capaz de me concentrar se eu pensar que você está pulando de penhascos na minhas costas.
Como eu poderia combater as fronteiras tênues do nosso relacionamento, se eu gostava tanto de ficar com ele
Seria tão errado tentar fazê lo feliz Mesmo que o amor que eu sentia por ele não passasse de um eco fraco do que eu era capaz de amar, mesmo que meu coração estivesse muito longe, vagando e lamentando por meu romeu volúvel, seria assim tão errado