O inferno são os outros.
Projetamos nos outros a nossa realização e aguardamos deles algo que amenize o vazio que nos habita.
A liberdade é o único fundamento dos valores e nada, absolutamente nada, me justifica ao adotar tal ou tal valor, tal ou tal escala de valores.
Enquanto ser pelo qual os valores existem eu sou injustificável.
E minha liberdade se angustia de ser o fundamento sem fundamento dos valores.
Com efeito, se a existência precede a essência, nada poderá jamais ser explicado por referência a uma natureza humana dada e definitiva; ou seja, não existe determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade.
A vergonha é vergonha de si, ela é reconhecimento de que eu realmente sou esse objeto que o outro olha e julga.
Só posso Ter vergonha de minha liberdade enquanto ela me escapa para tornar se objeto dado.
De fato, somos uma liberdade que escolhe, mas não escolhemos ser livres: estamos condenados à liberdade.
A linguagem não é um fenómeno superposto ao ser para o outro: é originalmente o ser para o outro, ou seja, o facto de que uma subjectividade se experimenta como objecto para o outro.
O homem faz se; ele não está pronto logo de início; ele se constrói escolhendo a sua moral; e a pressão das circunstâncias é tal que ele não pode deixar de escolher uma moral.
Só definimos o homem em relação a um engajamento.