Eu não sei explicar como nem por quê, mas eu de alguma forma me sinto confortável na solidão.
Às vezes ela me parece tão familiar.
Como se fosse uma velha amiga.
Não há palavras que expliquem esse sentimento.
Não existe mímica, nem desenho, nem nenhuma outra maneira de explicar o que sinto nesse momento.
Não sei dizer se é dor.
Se é amor.
Se é saudade.
Ou se é tudo junto.
Eu queria ter nascido á décadas atrás.
Pois eu teria conhecido os meus ídolos, teria visto tudo aquilo e um pouco mais.
Aqui neste bar, sentado num canto isolado, eu vejo pessoas bebendo vinho, cerveja, pinga e fumando cigarros.
Todas fazendo a mesma coisa e com o mesmo objetivo: afogar a dor e a solidão.
Eu inclusive sou uma delas.
Meus olhares intensos lhe suplicam amor.
Eles gritam por ti.
Eles pedem a ti que segure a minha mão.
Mas eu dei azar.
Quem me apertou a mão foi a morte.
Eu amo a natureza.
Me sinto em casa, me sinto em paz quando estou com ela, quando estou nela.
Me sinto parte dela.
A verdade é que todos nós, todos os seres vivos, somos parte dela.