Diuturnamente
O dia adormece
e a alma (dor)mente
por esperas dolentes
abraça as saudades latentes
incessantemente.
O dia amanhece
revigorantemente
pois só o Amor enobrece
o destino do ser
permanentemente.
Rita Eduardo
Insana(mente)
No labirinto da mente
que sempre mente
pede fuga a saudade
inesperada(mente)
uma lágrima
silenciosa(mente)
desarma o ego
crendo então
sentimental(mente)
que em tudo vives
amorosa(mente)
indefinida(mente).
Rita Eduardo
Inconsistência
Ficará a lembrança
Sem alarde
Apenas saudade
A alma aquieta se
Num apelo de paz
Porque não vingou
Não foi por falta de amor
Foi o tempo que não deixou
Trazer as respostas
Onde o respeito
Foi o nosso desfecho.
Rita Eduardo
Alvorecer
Como um Sol,
despertas minha vontade de
alvorecer.
Perfumando a vida
em um novo florescer.
Despertas minha vontade de apassarinhar.
Cantando o dia
a vontade de te amar
Fletida
Solidão anunciada
Preterida
Cumprindo etapas
Reunindo forças
Sorvendo vida.
Silêncio profundo
Roga paz que vinga
Desfazer as dores
Criar asas
Preparar o voo.
Em cada flor que sorri o dia
Vejo a vida renascida
No oralho que desliza
Seiva a terra agradecida
Para um novo efluir.
Rita Eduardo
Comunhão
Como uma luz que me guia
Ao recôndito da paz
Tudo se transforma em prece
quando em mim te encontro
Inspirando teu nome.
Expirando saudade.
Na pausa a Deus professo
que se mantenha o nosso enlace.
Mudou meu curso
Velejei suas correntes
fui perdendo o horizonte.
Naufraga dos seus encantos
num instante aprofundei.
A vida toda de relíquias
se deitaram esquecidas