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Oswaldo Jesus Rodrigues da Motta

Eu queria
Eu queria voltar ao passado para conceder os abraços que ficaram perdidos num soluço de vaidade.
Dizer amo te sem medo de risadas levianas, simplesmente por nascer no coração.
Desejaria recomeçar belos momentos a fim de permitir que lágrimas de alegria escorressem pelos meus olhos sem que eu tivesse receio do que os outros poderiam pensar.
Ambicionaria regressar ao passado para silenciar a voz com um beijo ou apenas deixar a ansiedade e o desejo ardente falarem por mim.
Um doce anseio de que o silêncio de um momento alegre se eternizasse no brilho do olhar de alguém.
Cobiçaria retornar ao passado só para sentir mais forte a respiração num instante sublime, em que reina a suavidade, a delicadeza, a concordância do tempo em enfeitar termos que insistem em permanecer presos na garganta teimosa que tem medo de não sei o que por desconhecer o que poderá acontecer.
Aliás, estranho querer estar presente em cada toque, em cada olhar, em cada gesto de uma paixão ou de um amor, seja este amigo, romântico ou materno.
O que importa!
Eu só queria poder saber porque temos tanto medo de sofrer se a vida nos proporciona infinitas oportunidades de felicidade.
O sol, o mar, as estrela, o céu.
Bem, talvez pelo fato de nossos medos surgirem muitas vezes daquilo que não conhecemos ou não queremos aceitar por não ser agradável as nossas expectativas.
Egoístas Sim, somos! Sabemos que o mundo dá muitas voltas, entretanto desejamos profundamente que ele gire em torno de nós apenas!
Ah, como eu queria não ser notado por essa gente que passa e sequer sabe que passou.
Dessa gente que sofre por ter medo de sofrer.
Dessa gente que briga, dessa gente que brilha e deixa que seu brilho se perca na escuridão de seus pensamentos egocêntricos, muitas vezes ostentando para humilhar uma carteira ou um pedaço de papel.
Dessas pessoas que envelhecem
fisicamente e pensam que o mundo findou.
Por outro lado, queria um pouquinho dos meninos senhores que sabem a hora de sorrir, entendem o amor, a vida e a paixão.
Queria um pouco da calma de quem guarda experiência em décadas de alegrias e, sim, o aprendizado de momentos difíceis.
Queria o colo materno, lar mais seguro e aconchegante que
possa existir, diversas vezes ao segundo.
Queria a luz do sorriso sincero de um bebê que amolece qualquer coração pétreo.
Queria a esperança num mundo mais justo contida nos que foram desprezados por seus filhos e um espelho que refletisse a alma destes.
Queria mãos dadas na praia dos 14 aos 80 na mesma intensidade e com a mesma infantilidade.
Queria que todos brindassem a vida todos os dias e comemorassem cada dia como se fosse 25 de Dezembro.
Queria ofertar paz, amor e saúde para todos os povos, nem que fosse apenas 364 vezes ao ano.
Queria o gosto de um beijo apaixonado a cada fração de minuto e ouvir "sinto a sua falta" a todo instante.
E se me oferecessem o mundo aos pés em troca de tudo
isso desejaria que você respondesse por mim!

Eu desisto
Desisto de tentar entender essa saudade louca, mesmo sendo ignorado e muitas vezes desprezado por você.
Não vou mais tentar explicar lhe o que sinto através das palavras e gestos que pouco traduzem o tanto que eu gosto de ti.
Você esqueceu toda a tristeza que dia a dia insiste em visitar meus desejos quando surge o sol de prata.
Sonhei muitas vezes em brincar no teu corpo, fazê la repousar em meu peito.
Juro, desejaria entendê la ao menos uma vez! Saber por quê tanta indiferença, por quê tanta mudança, por quê tanto desdém Aflito, vou calar me diante da incapacidade de fazê la compreender que sou mais teu do que de mim não adianta construir sem antes erguer um forte alicerce você não entende
Muitas vieram, tantas foram, porém você ficou.
E por quê logo você, razão de toda minha inspiração que sequer esforça se para aceitar todo o carinho que lhe oferto Logo você que inventou o amor não lembra mais o que é carinho.
Não peço que aceite, mas que respeite, ao menos, o que sinto como dói o menosprezo!
Estranha sensação que seu comentário sempre provoca magoa, fere, dilacera.
Um choro sem grito, uma dor silente, ardência sem lágrimas, melodia sem som, um adeus disfarçado de até breve.
Talvez seja essa uma das piores angústias que a vida pode nos proporcionar além da perda.
Tantos anos já passaram, no entanto ainda guardo seu cheiro, seu toque, seu jeito.
Muitos afirmam ser bobagem criar pseudo expectativas, mas não ensinam como aceitar ou esquecer.
Eu queria tanto aprender
É o tempo que não passa, a canção que não pára, os momentos que não vão.
Presença diária da tua ausência que incomoda por eu saber que serei ferido mais uma vez.
Sequência interminável da angústia de desejá la eternamente não aguento.
Explique me, como pode ficar tão chateada com elogios Sim essa é a imagem que por mais que eu tente, não consigo apagar.
Ela que briga, maltrata, mas é linda.
Sou réu confesso e meu crime é ter seu nome marcado em meu coração que não desistirá de apelar ao tribunal dos sentimentos mais profundos.
Porém, esforçarei me para desistir, sofrendo, ainda que toda essa luta seja em vão