Uma febre de curiosidade tomou as famílias, as casas, os grupos.Como seriam os novos bondes que andavam magicamente, sem impulso exterior Eu tinha notícia pelo pretinho Lázaro, filho da cozinheira de minha tia, vinda do Rio, que era muito perigoso esse negócio de eletricidade.Quem pusesse os pés nos trilhos ficava ali grudado e seria esmagado fatalmente pelo bonde.Precisava pular.(Em 1900)
A Poesia existe nos fatos.Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos.O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça.(Página 5, dois primeiros paragrafos).
Aprendi com meu filho de dez anos Que a poesia é a descoberta Das coisas que eu nunca vi.
A descoberta Seguimos nosso caminho por este mar de longo Até a oitava da Páscoa Topamos aves E houvemos vista de terra os selvagens Mostraram lhes uma galinha Quase haviam medo dela E não queriam por a mão E depois a tomaram como espantados primeiro chá Depois de dançarem Diogo Dias Fez o salto real as meninas da gare Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis Com cabelos mui pretos pelas espáduas E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas Que de nós as muito bem olharmos Não tínhamos nenhuma vergonha.
'Contra a memória fonte do costume.A experiência pessoal renovada.'
O Capoeira Qué apanhá sordado O quê Qué apanhá Pernas e cabeças na calçada.
Vício da fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados.