O POETA (II)
O poeta é um peão
É vaqueiro incansável na lida do gado;
Com laço, chapéu, calça de couro e gibão.
Com letras,escrita e imaginação
Tece a sua arte
Como um artesão.
Mas
Enfrenta a caatinga da incompreensão,
Da solidão e da conspiração
Tudo conspira contra quem quer,
Por no papel seu pensamento,
Suas ideias sua ilusão.
O poeta é um jardineiro que chora
Um pensador que implora
Pela inspiração.
Do seu labor, remove espinhos
Oferta suas rosas seu carinho.
O poeta é um atleta dos gramados:
Mantém a cabeça no jogo
O coração na ponta da chuteira,
E as mãos no arado
Com um pé no chão e outro na bola,
Persegue o gol o tempo inteiro;
Não chuta pra fora
Pois, seu chute é certeiro.
Como um pássaro que escapa da gaiola:
Comemora com cânticos,a liberdade;
Em voos mirabolantes,
Vive emoções de verdade.
Tira da sua cartola
Tesouros pra dar,
Que muito consola,
A quem aceitar.
Se expressa com palavras emotivas
É caprichoso no seu ofício de versar;
Não leva a vida tão a sério:
Mas, na esportiva,
Para não se estressar.
É um amante das frases, dos textos,
Dos versos, dos poemas; da poesia
O poeta é um nômande
Não têm lugar certo pra morar,
Pois, no mundo das imagens,
Vive em busca de um lar