A frente
Um muro
Um abismo
O Futuro.
Hoje sou feito de versos
E amanhã
Água descontrolada
Inodoras
Gelo derretendo
Lama escorrendo
Ficção
É sabido
Nada sei,
Mas ainda sonho.
Sou feliz
De presente a estrada matinal
De chão batido – relva.
Selvagem selva e paraíso.
Natureza, sol, belezas.
Sigo como sou.
Me encanto
– Nó na garganta –
Sou feliz;
Não esqueço!
Invisível menino pobre de rua
Cujo futuro nem a Deus entrega
Sutil como as fases trocadas da lua.
Nu de carinho como as pedras da calçada crua.
Sem paz nunca sossega
Sem amor a sua vida enfraquece
Com fome a ninguém se apega
Ainda assim pede aos céus em prece.