A Prática Devocional do Desabafo.
A prática do desabafo é a arte de derramar a alma perante o Senhor, retirando de dentro e colocando para fora todo e qualquer melindre, mágoa, ressentimento, tristeza, queixume, inquietação, ansiedade, medo, indignação desmedida, revolta e coisas assim.
Dá se através de uma abordagem firme e corajosa na presença de Deus de problemas reais, de problemas de gravidade exagerada e de problemas inexistentes.
O desabafo bem feito provoca a interrupção de uma situação de intensa e contínua amargura.
O desabafo é tão saudável quanto o lazer.
O excesso de ansiedade provocado pelo acúmulo de problemas, dificuldades, decepções, frustrações e sofrimento desmantela qualquer esquema de felicidade pessoal.
Os casos mais graves podem levar ao álcool e à droga, podem causar distúrbios emocionais e dar ocasião ao suicídio.
A falta de desabafo faz mal à alma e ao corpo.
Não só ao sistema nervoso, mas aos sistemas circulatório, respiratório e digestivo.
O desabafo é uma necessidade e uma possibilidade.
É uma possibilidade porque a Bíblia está cheia de desabafos.
Dois livros do Velho Testamento tratam quase que exclusivamente de desabafos: Jó e Salmos.
Algumas passagens trazem um insistente convite ao desabafo: “Levanta te, clama de noite no princípio das vigílias: derrama o teu coração como água perante o Senhor; levanta a Ele as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas” (Lm 2.19).
“Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).
O exemplo mais dramático de desabafo é o de Jó.
“Por que esperar se já não tenho forças” Por que prolongar a vida se meu fim é certo