Frases.Tube

Martyn Lloyd Jones

Não há nenhum poder na Lei de Deus que nos livre do poder e da tirania do pecado em nenhum sentido.
Nunca houve o propósito de que fizesse isso.
A função da Lei foi dizer nos o que tínhamos que fazer: "Pela lei vem o conhecimento do pecado." Essa é a única razão pela qual a Lei foi dada.
Seu efeito, Paulo afirma, foi pôr às claras "a profunda gravidade do pecado", ajudar as pessoas a verem a natureza e o caráter do pecado a coisa terrível que era e a enxergarem sua necessidade de Cristo.
"A lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo", para mostrar a nossa condição de desamparo e a nossa terrível necessidade.
Sim, mas, por causa da natureza decaída, a Lei de fato incentiva o pecado em nós.
Longe de libertar nos, agrava o problema.
Se estivermos debaixo da Lei, esse será o efeito que a Lei terá sobre nós; e isso, por sua vez, produzirá um estado de completa depressão e uma sensação de desamparo.
E isso nos torna mais suscetíveis ainda ao poder do pecado; pois, sempre que alguém está deprimido, está mais aberto à tentação.
Ele desanima se, e assim o pecado aproveita a oportunidade.
Além disso, a Lei nos desanima porque nos mostra a santidade de Deus; mostra nos o caráter enganoso do pecado dentro de nós; assinala o; desmascara o, agrava o, e assim estimula em nós.
Ela nos diz que não façamos alguma coisa e, dizendo nos isso, apresenta nos a ela e desperta dentro de nós o desejo de fazê la.
Eis um homem que está debaixo da Lei.
Sente se desamparado, deprimido e desanimado; e quanto mais a Lei lhe diz que não faça certas coisas, mais ele deseja fazê las.
Não é o que faz toda criança Diga lhe que não faça uma coisa, e imediatamente ela vai querer fazê la.
A natureza humana é assim.

A segunda característica do cristão é sempre esta: uma profunda desconfiança de si e uma dependência do poder de Deus.
Ouçam a Davi.
Ele já tinha dito: “Cria em mim um coração puro e renova em mim um espírito reto”.
A Versão Revisada coloca da seguinte maneira: “Renova um espírito stedfast (inabalável) dentro em mim”.
Observem vocês que ele era consciente de sua própria impureza.
Davi pôde muito bem ter sentido assim.
Ele foi um homem que havia experimentado a bênção de Deus, e tinha conhecimento da alegria do Senhor; e mesmo assim tinha caído nesses terríveis pecados.
Então ele clamou por essa renovação dentro dele e por esse espírito inabalável.
Eu ouso dizer que todo cristão sabe o que isso significa.
Um cristão não é um homem que confia em si mesmo.
Ele é o único que reconhece sua própria debilidade.
Precisa ser um cristão para ver a grande negritude do seu coração e a fragilidade de sua própria natureza.
Há um tipo de cristão, eu lamento dizer, que se comporta como se pudesse fazer todas as coisas.
Ele teve uma experiência de conversão, e agora está pronto para encarar o inferno, o diabo e qualquer coisa.
Pobre sujeito, ele não irá muito longe antes de perder esse senso de confiança.
“Aquele, pois, que pensa estar em pé,” disse o apóstolo Paulo a tais pessoas, “veja que não caia” (1 Coríntios 10:12).
Não, o cristão é um homem que reconhece sua própria fragilidade, e ele teme isso.
Então ele ora por um espírito estável, um espírito inabalável.
Ele quer ser um homem invulnerável.